CIDADES ONDE VALE INVESTIR - Estudo Sebrae

CIDADES ONDE VALE INVESTIR

por Katia Simões e Viviane Maia
Retirada da Biblioteca Online do Sebrae
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]

50 MELHORES

Em todas as regiões do país há municípios com grande potencial de consumo, mas a escolha do melhor local para abrir sua empresa depende de muitos fatores

Que semelhanças há entre Anápolis, em Goiás, e Joinville, em Santa Catarina? Ou ainda entre Manaus, capital do Amazonas, e Ribeirão Preto, no interior de São Paulo? Muitas, mas há uma que interessa de perto aos empreendedores. Embora distantes geograficamente, essas cidades apresentam um potencial de consumo acima da média nacional. Em razão disso, sinalizam excelentes oportunidades para quem quer arregaçar as mangas e criar seu próprio negócio fora dos grandes centros, onde a concorrência é cada vez maior.
"Fazendo as perguntas certas é possível descobrir onde estão as melhores chances para se ganhar dinheiro", assegura Marcos Pazzini, da Target Marketing, responsável pelo estudo Brasil em Foco. O levantamento, baseado em dados do IBGE e pesquisas de campo, classifica os 5.561 municípios brasileiros segundo o consumo de 21 categorias de produtos, nas cinco classes sociais (veja os 10 municípios de maior potencial em cada região no quadro "Rota dos lucros"). "O que temos observado é o deslocamento do eixo de potencial de consumo da região Sudeste para outros pólos, como o Norte e o Nordeste, onde os governos oferecem subsídios para atrair empresas e engordar a economia dos estados", ressalta Pazzini.
Com a menor densidade demográfica do país - 2,91 habitantes por km2 - a região Norte vem recebendo novos investidores nas áreas de desenvolvimento sustentável, tecnologia, fitoterapia e biotecnologia, além do ecoturismo. "A proposta é fomentar a indústria e o comércio de produtos regionais sem prejudicar a Floresta Amazônica", explica Dirlei Bersch, gerente da Agência de Negócios do Acre. Apoiadas por esse tipo de iniciativa, indústrias de beneficiamento de castanha, extração e comércio de madeira certificada e fabricação de fitoterápicos vêm ganhando fôlego, até mesmo para exportar.
VOCAÇÃO NATURAL - Os especialistas sabem, entretanto, que enxergar uma oportunidade de negócio em um país tão grande e com regiões de perfis tão diferentes como o Brasil não é fácil. É preciso mais do que feeling bem apurado e dinheiro no bolso. Incentivos fiscais e bons índices de consumo têm um peso forte na escolha do endereço para uma nova empreitada. Mas não devem ser os únicos fatores a serem observados na hora de fazer as malas. "É preciso saber exatamente em que tipo de negócio se deseja investir, avaliar suas competências e que lugares seriam mais viáveis para a sua implantação. Sem contar o grau de disposição para gastar toda a energia na maturação do empreendimento", adverte Masano.
ATENÇÃO DOBRADA - Na hora de avaliar as propostas é preciso levar em conta vários outros fatores, como facilidade de acesso, infra-estrutura básica e custos de manutenção. Igualmente importante é ponderar o que é mais importante para o novo negócio: proximidade do público-alvo ou incentivos do governo.
De acordo com Gabriel Eigner, da Zeus Target, especializada em geografia de mercado, um dos principais erros cometidos pelos novos empreendedores é deixar-se levar pelo encantamento ou por um arroubo de desbravador. "Uma coisa é fazer
turismo, outra é viver e trabalhar em lugares cujo desenvolvimento está começando", adverte o consultor.
Unir qualidade de vida a um negócio promissor é o que todos buscam. Mas a dobradinha nem sempre é possível, já que as grandes capitais ainda lideram a lista dos melhores endereços para se ganhar dinheiro. Para Arthur Nemer, da Nemer Consulting, cabe ao empresário decidir onde procurar sua galinha dos ovos de ouro.
CAPIAL OU INTERIOR - Nos grandes centros a concorrência é mais acirrada, o custo de vida é alto, assim como as despesas operacionais. Em contrapartida, há uma maior concentração da renda e uma grande variedade de demandas a serem atendidas. Nas cidades menores, a qualidade de vida é melhor, os investimentos são mais baixos, assim como as despesas operacionais. As desvantagens ficam por conta do menor volume de clientes potenciais e de demandas aparentes.
Instalar-se próximo a pólos industriais ou ao redor das capitais regionais é, segundo os consultores, uma boa opção para quem domina os conceitos de tecnologia de ponta, presta consultoria nas áreas de gestão e treinamento e, ainda, aos empreendedores dispostos a investir em serviços.
Segundo levantamento feito pelo Sebrae, 40 cidades no país concentram mais de 30 indústrias de um mesmo segmento, sendo consideradas clusters. Além do interior de São Paulo e de Manaus, o estado de Santa Catarina é apontado como um celeiro industrial na área de tecnologia. "O resultado é reflexo da forte presença de incubadoras, de universidades e de grandes indústrias automobilísticas, têxteis e de metal-mecânica", afirma Carlos Alberto Karan, do Sebrae-SC.
De Norte a Sul do Brasil, o que os especialistas recomendam aos empreendedores é que, além de uma avaliação realista do mercado, tomem cuidado com as diferenças entre as culturas e os gostos de cada região do país. Se isso for feito, as possibilidades de sucesso serão muito maiores.

Bravo, Bambino. exelente matéria, valeu........